terça-feira, 7 de junho de 2011

Slow maravilha!

Slow meninas! A mulher maravilha não aguenta mais fazer o papel de faz-tudo. Se ela for a todos os encontros sociais que sua vida de heroína lhe pede, vai esquecer-se de cuidar de si mesma... Ou pior, quando ela enfim, tiver esse tempinho livre, mágico e precioso, pode até não saber mais como lidar com ele, e acabar procurando mais coisas para fazer.

Curtir a própria companhia é algo que desaprendemos, e quase sem querer podemos confundir isso com solidão. E ninguém gosta de solidão. Por isso, em seu beabá, Dona Maravilha pensou também nesse papo de viver a vida a milhão, em contrapartida com o tempo de cada coisa, feita com zelo, calma e carinho. Às vezes nos falta a sensação de fazer algo bem feito por falta de tempo ou de atenção, uma coisa de cada vez e da melhor forma possível, como uma dádiva. Fazer algo por nossa casa, para alguém, para nós mesmas, como quem dá um presente... Seja o que for. A alquimia da satisfação pessoal não é difícil de aprender, mas com certeza se esvai em meio a milhões de compromissos encavalados uns nos outros. A mulher maravilha achava que já vinha com a função multi-mulher-a-todo-vapor, daquelas que levam o filho na escola, falando ao celular, pensando no jantar, lembrando que não fez depilação! Mas acho que ela se enganou, então, como sempre, muita calma nessa hora.

Será que precisamos formatar nossa agenda, seja mental ou nossa agendinha de papel mesmo, dessa forma? O ministério das heroínas contemporâneas adverte: Salvar o dia é legal, mas depois de uma semana ou um mês assim, você acabará precisando salvar a si mesma!

Por mais que o tempo esteja cientificamente se acelerando, a mulher maravilha pode fazer algo para não acelerá-lo ainda mais, dentro de si. Slow é uma dica para quem está sempre a mil, e não estamos falando só de correr pra lá e pra cá, pois a cabecinha às vezes também não para de trabalhar, fabricando estresse e pouca paz de espírito. Então que tal se a gente começar de um jeito mais simples? Mais tarde iremos perceber que tudo começa pelo mais simples, mas isso é um segredo, que só descobrimos vivendo... (felicidade sempre rimou com simplicidade).

Mas será que conseguimos desacelerar sem parar? Outra dica do ministério: fazer as pequenas e grandes coisas com plenitude, vivenciando o presente com tranquilidade está muito longe de cair na preguiça e não fazer nada, pois quem não se movimenta se descontenta! (Outra rima filosófica!) Temos um montão de coisas pra fazer desde que colocamos nossos pezinhos para fora da cama, ao acordar. Um monte de coisas úteis que podemos fazer por nós e pelo mundo a nossa volta, mas para quem está em um dos opostos da balança, fazendo coisas demais ou de menos, essa oportunidade de realização pode passar despercebida.

Outra coisa que aflige as mulheres maravilha em potencial é viver sem descobrir o contentamento através do cotidiano. Pense bem, ninguém merece trabalhar contando as horas para ir embora ou ansiosa para as tarefas acabarem... Então, o que há de errado? Será que são as tarefas ou nossa relação com elas que está pedindo uma repaginação? Ouvi dizer outro dia que o trabalho é uma espécie de meditação ativa, traz felicidade e centramento.

Já parou pra pensar se estas qualidades estão presentes no seu dia-dia de trabalho? Será que não é hora de desacelerar e reajustar nossas prioridades? Ninguém é mãe, esposa ou funcionária antes de, primeiro, ser mulher, uma individualidade que também merece carinho e atenção... Então que tal dar um respiro? Uma pausa, um momento seu preenchido com coisas leves e positivas, como um livro, uma costura, o contato com a natureza, uma visualização, uma reflexão, uma música especial, uma comidinha feita com as próprias mãos... Nesse respiro, a singeleza do bem-estar pode aparecer, ou pelo menos, mostrar seu caminho. É só chamar, pois havendo um tempinho disponível, com certeza ela virá. A mudança pode começar pela mente, o resto, pega carona.

Por: Caroline Derschner

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